Cultura política, mudanças econômicas e democracia inercial. Uma análise pós-eleições de 2014

Este artigo busca avaliar a presença de uma democracia inercial no Brasil, em que as assimetrias entre economia e política produzem uma cultura política passiva e anômica. Tal situação possibilita que as políticas sociais e econômicas sigam um padrão que pouco se modifica. Se, num contexto de mudanças, as coisas precisam mudar para que fiquem iguais, então se pode esperar que, num contexto de (re)democratização com inércia, as instituições mudem, sem, no entanto, alterar, numa direção positiva, as normas, os valores e as crenças normativas da população em relação à democracia. Para analisar essa proposição serão utilizados dados demográficos e socioeconômicos, avaliados ante a evolução da confiança nas instituições, governantes e na democracia no período 2002-2014, a partir de dados do Eseb. A conclusão é de que o período de desempenho econômico favorável não permitiu a consolidação de uma cultura política democrática, com rápida deterioração do apoio às instituições e aos governantes a partir da crise econômica.

 

BAQUERO, M.; GONZALEZ, R. S. (2016). Cultura Política, mudanças econômicas e democracia inercial. Uma análise pós-eleições de 2014. Opinião Pública, vol. 22, n. 3, pp. 492-523. ISSN 1807-0191.

Autores

Marcello Baquero e Rodrigo Stumpf González

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CESOP - Centro de Estudos e Opinião Pública